No final da tarde do último sábado (16), um idoso de 66 anos de idade, proprietário de uma fazenda denominada Capão da Onça, localizada na Linha 48, zona rural do município de Nova Brasilândia do Oeste/RO, viveu momentos de terror ao ter sua fazenda invadida por sem-terra.

A INVASÃO

Conforme ocorrência policial, o proprietário da fazenda retornava de um vizinho, juntamente com seu funcionário e ao se aproximarem da sede foram surpreendidos por cerca de um grupo de 15 pessoas e algumas destas, estavam em posse de armas de fogo e logo começaram a efetuar disparos na direção dos dois. Por sorte, ambos não foram atingidos e fugiram rapidamente do local vindo a procurar por socorro no Quartel da Polícia Militar mais próximo, localizado no município de Castanheiras/RO.

A OPERAÇÃO

Após a informação do grave fato, a Polícia Militar montou uma operação, que contou com apoio de militares da área do 10º e 4º Batalhões (Patrulhamento Tático Móvel – PATAMO de Rolim de Moura e Cacoal, Força Tática de Alta Floresta do Oeste, Núcleo de Inteligência de Rolim de Moura, Radiopatrulhas de Migrantinópolis e Castanheiras, sob o comando de um oficial da área do 10º Batalhão). Uma equipe da Polícia Técnico-Científica de Rolim de Moura também foi ao local para a realização dos trabalhos periciais.

No amanhecer de domingo (17), as equipes policiais foram até a sede da fazenda onde foi constatada a invasão. No local foram encontradas 10 pessoas que trabalhavam na construção de barracos de lona. Foi verificado ainda danos em imóveis e um veículo da fazenda, utensílios domésticos e produtos do gênero alimentício foram furtados pelos invasores.

No local foi encontrada uma arma de fogo (espingarda calibre .28 de fabricação artesanal) e 08 cartuchos nos calibres .12 e .28 intactos e armazenados em um bornal.

Os invasores foram presos pela polícia e apresentados na Unidade Integrada de Segurança Pública – UNISP em Nova Brasilândia do Oeste, onde foi registrada a ocorrência policial.

RELATOS DA VÍTIMA E OS SEM-TERRA JUNTO A POLÍCIA

Vítima – Relatou que já vinha sofrendo diversas ameaças e que a sede da sua fazenda seria invadida. No final da tarde de sábado (16), após visualizar uma grande movimentação de veículos e de pessoas em uma área próxima onde já ocorreu invasão, e temendo o pior começou com a ajuda de um funcionário a levar seus maquinários para uma propriedade vizinha, e que em dado momento ao retornar a sede de sua fazenda foi recebido a tiros por um grupo de pessoas e que rapidamente ele e o funcionário conseguiram fugir sem serem atingidos e foram até o Quartel da Polícia Militar do município de Castanheiras pedirem por socorro.

Sem-terra – As alegações de alguns dos sem-terra sobre a invasão são de que a área invadida do plano de manejo onde eles já estavam acampados junto com outras pessoas, não era suficiente para assentar todas as famílias e por isso haviam ocupado a sede da fazenda.

SEGUNDA-FEIRA (18) – REGISTRO DE UM VASTO CENÁRIO DE DESTRUIÇÃO

Os envolvidos que foram apresentados na UNISP pela Polícia Militar não chegaram a permanecerem presos. Já na manhã de segunda-feira (18), o proprietário da fazenda ao retornar ao local constatou um verdadeiro cenário de destruição.

De acordo com o que foi relatado em ocorrência, os invasores haviam destruído a casa onde a vítima residia, removendo todo o telhado e danificando o piso, paredes, eletrodomésticos e mobílias (geladeira, freezer, churrasqueira, cama, guarda-roupas, entre outros).

Um total de O3 veículos foram incendiados (duas motocicletas e um Fiat Uno). Outras duas casas foram queimadas e destruídas. Uma delas utilizada esporadicamente pelo proprietário e a outra em que guardava mantimentos e utensílios usados na fazenda, como sal, ração, equipamentos de trabalho, entre outros. O curral com todos os equipamentos de trabalho e manejo do gado também foram queimados.

Na ocasião da chegada das equipes policiais, nenhum invasor foi localizado.